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Resenha: A Arma Escarlate – Renata Ventura

a arma escarlate

Antes de ir á bienal do livro este ano, nunca havia ouvido falar sobre. Foi quando encontrei a autora, Renata Ventura, (sim, eu tirei foto com ela ♥), que me apresentou o livro, li a sinopse, achei interessante e então comprei.

O livro, é conhecido como o “Harry Potter brasileiro”, porém quando se trata de A Arma Escarlate devemos esquecer do bruxo órfão que só faz o que é certo, e do vilão que na verdade sofria de falta de amor… A história vai muito além disso.

Nesse livro, temos o protagonista, que ao mesmo tempo é antagonista da sua própria história. Idá, ou Hugo (que no decorrer da história mente sobre seu verdadeiro nome), de 13 anos, residente da periferia do Rio de Janeiro.

Após se envolver diretamente com o tráfico, em um tiroteio, ele descobre que é bruxo. Confesso que de forma particular, foi um pouco difícil  gostar do Hugo, ele é o tipo de pessoa que não leva desaforo pra casa, que fere antes de ser ferido e que não tem nada de santo, mas também não era pra menos, cresceu em um lugar onde as pessoas sofriam – e na pior das hipóteses morriam – sem nenhuma forma de amparo, até mesmo de militares. As circunstâncias que levam Hugo à escola “Nossa Senhora do Korkovado” são quase que o nosso guia durante a história. E por mais que ele tente fugir delas, no final de tudo ele é obrigado a enfrentá-las.

Na escola, encontramos um ambiente típico brasileiro, com a ignorância e incompetência que muitas escolas públicas brasileiras sofrem. Porém, lá existem quatro jovens, representantes da revolução, que estão dispostos a lutar para a mudança desse sistema. Esse são os pixies: Vinícius Y-Piranga (Viny), Caimana Ipanema, Virgílio OuroPreto (Índio) e Ítalo Twice (Capí). Eles se tornam amigos de Hugo, e  o ajudam a “diferenciar” e descobrir sobre o que é correto e errado. Particularmente, eles são meus personagens favoritos, sobretudo o Capí, um garoto doce, completamente maduro e sensato, que odeia mentiras e está sempre disposto a ajudar as pessoas independente de quem seja, ou do mal que já o causaram (por mais Capí’s no mundo \o/).

No decorrer da história o herói/anti-herói, comete erros demasiado terríveis, o que só mostra quão humano ele é, mas com a ajuda dos pixies as coisas vão se resolvendo e tomando um rumo diferente.

Gostei muito sobre a forma que a autora retrata o Rio e suas favelas, nos mostrando a realidade das coisas, mesmo que desagradáveis, que de certa forma trouxe algo bem próximo a nossa realidade.

A obra de Renata Ventura, ao meu ver, não pode ser vista como plágio das obras da britânica J.K Rowling, que além de fazer referências (umas um tanto engraçadas) sobre o modo de vida bruxo europeu, ela ainda diz no início do livro de forma clara como se deu a ideia e motivação de recriar esse amplo universo.

Então se você gosta de Harry Potter como eu, aconselho a ler o livro. E sem essa de “Harry Potter brasileiro”, Hugo Escarlate possui a sua PRÓPRIA identidade!

Beijos e até a próxima!